sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano Novo...


Incrível como todo ano é a mesma coisa. Todo mundo planejando o ano seguinte, agradecendo por algumas coisas, pedindo outras que ainda estão por vir... também faço isso, claro! Mas essa coisa de “ano que vem vou ser/fazer/estar assim” é como a dieta que “começa na segunda-feira”. Particularmente, já comecei a adiantar algumas mudanças que quero para minha vida. Mas, fazendo uma breve retrospectiva, posso colocar abaixo alguns pensamentos que têm me ajudado, de uma forma ou de outra:

- Ter humildade e pedir desculpas não mata ninguém. Pelo contrário, pode te aproximar novamente de pessoas valiosas!

- Devemos buscar conhecer nossos limites e o quanto estamos dispostos a nos sacrificar por determinados planos e causas em nossas vidas. Mais que isso, saber como poderemos suportar a situação se as coisas derem errado;

- Vence aquele que persiste, não aquele que tem talento. Disciplina e autocrítica são mais importantes do que se imagina, além da capacidade de aprender com o erro;

- Espere menos das pessoas e das situações. Prefira surpreender-se a decepcionar-se. Muitas vezes, o problema não é tanto da coisa, mas sim da forma como olhamos para a coisa!

- Prefira ter poucos amigos a ter muitos colegas. São eles quem vão te dar todo o apoio e calor humano quando lhe for necessário ;

- Gratidão é uma virtude. Seja com seus pais, amigos ou pessoas que lhe deram pequenas ajudas, mas que foram de valor no decorrer de sua jornada, não esqueça do que fizeram por você;

- Lembre-se sempre de que seu sucesso depende de 1% de inspiração e 99% de transpiração. Esforce-se sempre e não descanse em batalha, para não deixar crescerem as ervas daninhas no espírito. Lembre-se de que quanto mais suar no treino, menos sangrará na luta!

A todos os que passarem por aqui, desejo um excelente 2011. Que ao menos uma dessas ideias lhes possa ser de valor, pois para mim realmente estão sendo! E como eu costumava dizer em época de fotolog: I LOVE YOU ALL!!!

sábado, 6 de novembro de 2010

Breve Ensaio sobre a Solidão


Sexta-feira, dia 05 de novembro de 2010. Passei o dia calado por conta de uma faringite, apesar de medicado. Evitar forçar a voz. Logo começou a vir a febre, dor no corpo e indisposição para quase qualquer coisa. Após um restaurador cochilo, entretanto, animei-me a pegar um livro para ler. Chama-se ‘Ensaios Sobre o Amor e a Solidão’, do psicoterapeuta Flávio Gikovate. Não é um livro técnico de Psicologia; ao contrário, tem uma escrita bastante informal, mas que nos faz refletir sobre muita coisa. Li justamente o ensaio sobre a solidão. Algo do que vou falar aqui mistura minhas ideias às do próprio Gikovate, que achei sem dúvida valiosas!
A começar pela própria palavra solidão, que tanta gente vê com maus olhos. Pensa-se em derrota, abandono, desamparo... será que é realmente assim? Tomada em outro sentido, ela não quer dizer exatamente ficar sozinho, mas buscar sua própria individualidade, sua própria individuação. Enquanto Tom Jobim dizia ser “impossível ser feliz sozinho”, aqui eu encontro ressonância para a ideia de que ser feliz sozinho é fundamental, e não impossível. Há pessoas que relutam em olhar para dentro, até porque encontram em si um bocado de coisas que não estão preparadas ainda para encarar de frente. Tudo bem, o processo de encarar-se a si mesmo (se me permitem o pleonasmo) é demorado, doloroso. Mas a partir do momento em que reconheço o que é meu, consigo discernir o que é do outro. Não tem nada a ver com a busca da perfeição, mas com a aceitação dos próprios defeitos para poder lidar com eles. Compreender nossos erros, pontos cegos, onde falhamos, pois isso nos torna mais humanos e permite que tenhamos mais compaixão com o próximo e seus defeitos. As relações mudam: aceitamos opiniões contrárias às nossas, aprendemos a ser mais tolerantes, sem necessariamente dever esperar que os outros também se tornem. Entendemos que num relacionamento amoroso, ninguém muda ninguém. As pessoas podem mudar, certamente. Já vi casos de pessoas que mudaram da água para o vinho em um relacionamento, mas voltaram do vinho para a água quando este chegou ao fim. Será que isso é uma mudança legítima, de dentro? Relacionamentos devem ser construídos valorizando os traços em comum, e compreendendo as diferenças e necessidades da(o) parceira(o); aceitando que assim é a vida, não somos 100% iguais e não cabe a nós julgar o outro pelos seus defeitos. Isso também nos dá liberdade para ser quem somos, livres de julgamento vindo de fora, independente de quem seja. Como há pouco argumentou uma querida amiga, a prática é bastante difícil. Mas creio que aos poucos isso pode ser feito, nosso espaço ser conquistado, mesmo que a passos de tartaruga. Deixamos de depender dos outros para nos tornar independentes. E a independência, na minha opinião, é o que mais possibilita o Amor, em qualquer de suas formas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Das batalhas não travadas pelos cavaleiros medievais

Estava pensando um pouco sobre um trecho que li em algum livro, sobre os cavaleiros medievais. Não lembro a fonte com precisão, mas a ideia ficou bem marcada na minha cabeça: eles sempre carregavam em seus corações o amor por uma mulher, preferencialmente alguém notável em sua sociedade, e a quem dedicavam suas vitórias; era sua musa inspiradora. Seria maravilhoso, se não fosse por um detalhe: normalmente, eles mal se conheciam! Amor ideal, platônico... e não ia além. Será que a própria donzela sabia que seu nome era motivo de inspiração em batalhas?
Bem, já vi casos que acho ainda mais interessantes: situações em que as pessoas se conhecem, se envolvem, mas ainda assim não saem do mundo das ideias. Não conhecem verdadeiramente e a fundo aquela pessoa com quem se relacionam, e se prendem aos próprios conceitos de quem seu/sua companheiro/a é. Talvez seja esse um dos motivos que mais empobrecem os relacionamentos. Porque é muito gostosa a parte da sedução, no início da coisa toda. Percebemos como aquela pessoa é por fora: suas belezas e pontos fortes, o jeito de se vestir, de andar, gesticular... bem, a imagem costuma ser a primeira coisa que captamos dos outros, não é? Depois vêm os primeiros contatos, as primeiras conversas, sobre os mais variados gostos, aquela coisinha deliciosa de ir descobrindo como ele ou ela pensa, seus gostos principais, o que curte fazer num sábado à noite, seus filmes favoritos, quais mp3s rolam no seu Windows Media Player, que livros repousam em sua estante, que pensamentos perambulam na sua cabeça? A lista é imensa! Mas até aqui, a coisa flui, e normalmente até que flui muito bem, quando os dois se “encaixam”.
A terceira parte é que é o bicho! É aquilo que normalmente só vem com a convivência. É saber lidar com as brigas, com as caras emburradas e feias (as famosas trombas!), choros motivados ou não, ou a implicância com alguma situação ou mesmo pessoa. Saber como encarar as diferenças e aceitar os pontos divergentes, e ainda assim demonstrar carinho incondicional. Conseguir superar os defeitos, aquilo que mais perturba e nos tira do sério, porque tudo isso “vem no pacote”, não podemos deixar de fora. Mas isso tem que ser dos dois lados, pois não podemos nos perder de quem somos em uma relação. Aliás, atualmente penso que prejudicamos as relações por nos perdermos de nós mesmos, mais que outra coisa. Só podemos realmente dar algo de valor a alguém se tivermos isso dentro de nós, se amarmos a nós mesmos antes de tudo!
Será por isso que atualmente muitas pessoas estão cada vez mais fugindo dos relacionamentos? Será por isso que elas se afastam e evitam os outros, ou embarcam na onda de “praticar o desapego”, só para não precisarem passar da superfície e encarar de frente o que se esconde além dela? É, relacionamento é complicado mesmo! Mas desistir não é a melhor solução, certamente. O melhor é cuidar de si mesmo, para ter o que dar quando encontrar outra pessoa disposta a tal, com valores parecidos. E quanto a nosso cavaleiro medieval, do começo do texto? Ainda creio que teria sido muito melhor comemorar suas vitórias convidando aquela linda donzela para um jantar a dois, um vinho suave, a luz da lua, as doces melodias do alaúde de um menestrel...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A dor e a vida escritas num pedaço de virtualidade

“Por que escrevo?”. Foi com essa reflexão que comecei a pensar em qual seria meu primeiro post no novo blog, após quatro anos sem escrever na internet. E ao contrário do que eu pensava, a resposta veio em seguida: “Escrevo porque dói”. Escrevo porque anseio por respostas para algumas perguntas, e preciso ordenar os pensamentos a fim de encontrá-las. E às vezes – muitas vezes, aliás! –, escrevo mais para mim do que para você, mas sei que posso compartilhar essas palavras; que talvez sejam úteis a alguém mais. É bom ter uma dor. Ela nos faz mover em direção à cura, mesmo que isso nos tome a vida inteira. E se não nos movermos, quem o fará por nós? Se alguém o fizer, será que encontrará a devida resposta? Ora, acomodar-se numa situação é não viver por completo; é contentar-se com a resposta que nos é dada, mas nunca conquistada. Só eu sei o quanto dói a minha ferida, portanto só eu posso trilhar o meu caminho, por mais espinhos e pedras que ele possa ter.
E no caminhar, espero poder concretizar algumas das minhas ideias, e apresentá-las aqui sob a forma de textos curtos. Obrigado, caríssimo(a) leitor(a), por ocupar seu tempo lendo as minhas palavras. Espero que seja uma experiência rica e prazerosa de troca de ideias e, quem sabe, boas amizades. Afinal, não sabemos o que o futuro nos reserva. Vamos escrevê-lo?